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Saudades da olimpíada, minha filha?

Em 09/08/2021 às 09:27:51

Enfim chega ao fim a olimpíada. Podemos voltar ao sono reparador do dia-a-dia esta semana. Com as olimpíadas de madrugada, mudou as rotinas de descanso, mudaram as noites e manhãs, assim como acompanhar todos os momentos desde o primeiro jogo, da era da pandemia. Normalmente, minhas lembranças de olimpíadas são que começam com poucos jogos e vão aumentando a intensidade e encavalam os jogos que queremos ver e chegando ao fim, vão rareando até nos acostumarmos como seu fim. Dessa vez, tivemos o vôlei feminino, o Boxe feminino e a maratona com brasileiros. Não tive a sensação que sempre tive com os jogos de Tóquio. Consegui acompanhar tudo.

Sempre que falo sobre Olimpíadas, tento impressionar falando que acompanhei os jogos de Moscou. Posso falar que jamais vi uma abertura como aquela, assim como o melhor encerramento de todos os tempos, com Misha, o ursinho feito com coreografia de imagens de dezenas de pessoas alocadas em uma parte da torcida. O personagem foi criado pelo ilustrador Victor Tchijikov, e alcançou a força de uma memória afetiva, além de comercial, jamais vista. Tenho lembranças esparsas hoje, mas posso falar que acompanhei com fervor a potencia a ginasta Nadia Com?neci ganhar com facilidade o ouro em sua modalidade. Primeira nota 10 da história.

Isso é um tiro na culatra depois de um tempo, pois denuncia a idade, mas trato de falar que era criança nesse período. E antes que essas referências me faça deslizar para a obsolescência total, a ponto de colocar um pé em um chinelo velho, trato de jogar mais para trás, com referencias mais velhas para um debate de ideias. Tenho curiosidade de ter visto como foram os Jogos Olímpicos de Verão de 1896. Quando houver a máquina do tempo, três fatos que eu gostaria de visitar, seriam: os Jogos Olímpicos de Verão de 1896, ver como trabalhava Leonardo da Vinci e ver os guerreiros de troia saindo do cavalo.

Se bem que Os Jogos Olímpicos da Antiguidade, também deveriam ter sido tão incríveis como a primeira da era moderna, em 776 a.C..De qualquer forma, toda edição dos jogos nos brinda com imagens de superação, de emoção, de resiliência e vitórias. Penso que essa, marcará a força feminina com vigor. Marca a diversidade de gênero e a pluralidade de países vitoriosos. A gratidão foi uma marca dos japoneses, com uma festa marcada pela COVID. Grandes estádios, reaproveitados da última olimpíada de 1964, marcaram a imponência de sua arquitetura.

Simone Biles foi holofote não por um pequeno momento de sucesso do que se esperava, dentro do olhar do mundo moderno, mas por ser NEURODIVERGENTE.A cena em que ela tenta dar sua decisão, com várias câmeras se comprimindo perto dela, para pegar talvez um momento como uma lágrima caindo, mostra o estado de saúde precário não da ginasta, mas nossas mesmo. Isso porque a decisão de Biles é uma decisão humana. Simone não ensinou sobre cuidado. Ensinou sobre aceitação de si. Coisa que a sociedade cada vez mais dependente de vencedores adolescentes robóticos. Enquanto nos preocupamos com esses detalhes, aumentando nossos problemas psicológicos, Bile se preocupou em curtir as apresentações. A imagem dela torcendo pela Rebeca Andrade foi o motivo da minha crença que essa geração tem possibilidades de reabilitar a humanidade no futuro.

Mas a imagem que me impressionou e marcou esses jogos, foi a de Sifan Hassan. Na classificatória dos 1500m feminino, a holandesa caiu na última volta após se chocar com outra atleta. Eu iria parar por aí. Mas ela não. Ela se levantou e ainda venceu a bateria.

A saudades de uma olimpíada dura 4 anos. Tempo de nos acometermos de novas saudades.

Tags:   Olimpíada
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